quinta-feira, abril 21, 2016

A bola por essa Europa fora


O Benfica pode ter caído na Liga dos Campeões (de pé, como clube digno que é), mas a prova continua. Não tenho grandes favoritos, e acima de tudo queria que o Barcelona saísse, mas agora talvez dê o benefício da dúvida ao Atlético ou mesmo ao Bayern. Assim como assim, foram clubes com quem o Benfica se bateu, com algum equilíbrio (em Madrid até ganhou, ao contrário dos culés), o Real já tem muitas taças iguais e o City não tem dimensão para o troféu, ainda para mais subsidiado pelos árabes. já na UEFA, ou Liga Europa, como lhe chamam agora, pode ser qualquer um desde que não o insuportável e injustamente afortunado Sevilha. O meu favorito, o Athletic de Bilbao, caiu injustamente às mãos dos vis andaluzes; a melhor equipa era o Dortmund, mas uma vez que está fora, depois de um jogo fabuloso e de uma virada colossal do Liverpool, o clube de Meyerside pode perfeitamente ganhar. Se não, pode ser o Shaktar Donetsk, essa equipa quase apátrida, expulsa da sua cidade e do seu estádio. O Villareal também não me desperta grande entusiasmo.

Nas ligas nacionais, em França está tudo dito quanto ao vencedor do título principal (o infeliz Marselha vai à final da taça, mas tem feito um campeonato inenarrável), na Alemanha quase e em Itália idem, apesar de durante uns tempos ainda ter confiado no Nápoles. Depois temos a Espanha, numa corrida a três, que se repete noutros países menos mediáticos, como a Holanda, a Bélgica e a Rússia, com o improvável Rostov, ali do canto do Mar Negro, a comandar. E depois, claro, a Premier League, onde os habituais tubarões se têm devorado uns aos outros, sem que o Arsenal, apesar de tudo o mais bem classificado de entre os "grandes", se tenha conseguido aproveitar. O foco está todo concentrado no modesto Leicester, que incrivelmente se mantém à frente a poucas jornadas do fim, ainda por cima treinador por Claudio Ranieri, um treinador por quem ninguém dava nada há já uns bons anos. Toda a gente parece torcer pelo Leicester, mas o meu voto vai para o Tottenham, que está logo a seguir: é um clube tradicional que não ganha o campeonato há mais de 50 anos, fica normalmente atrás dos outros tradicionais e é alvo constante de zombaria dos rivais mais a sul do Arsenal, tem uma equipa jovem e que transborda talento (de custo muito inferior a outras) e pratica o jogo mais atractivo e vibrante do campeonato. O Leicester que me desculpe, mas o grande feito, para mim, seria os Spurs ficarem em primeiro.
E entretanto, o velho Rangers, clube mais titulado da Escócia, voltou à primeira divisão do seu país, para gaúdio dos fás, e não contente com isso, na mesma semana, voltou a jogar a Old Firm com o eterno rival Celtic, para a Taça, e conseguiu vencer nos penaltys. Uma antevisão para os próximos tempos, que serão menos fáceis para os "católicos" de Glasgow.
Ao mesmo tempo, o Parma, esse clássico tardio que tão grandes squadre apresentou nos anos noventa (sem contudo ganhar o scudetto), e que no ano passado tinha falido e caído para divisões obscuras, recomeçou a lenta caminhada para os níveis superiores, comandado pela mítico Nevio Scala e por Apolloni, ao subir para a 3ª divisão, num jogo em que teve 15 mil espectadores a apoiá-lo.
Razões para alguma esperança nos próximos anos, tão fartos que andamos de Barcelonas, Reais, Bayerns e clubes patrocinados por qataris e outros emirados.

Nenhum comentário: