quarta-feira, janeiro 22, 2014

O tacticismo de Marcelo



Duvido muito que Marcelo Rebelo de Sousa, ao contrário do que disse na sua crónica semanal televisiva, tenha desistido da candidatura presidencial. Já há anos que alimenta esse objectivo e sabe que tem popularidade e notoriedade para o conseguir. Mas bom tacticista como é, preferiu revelar a ideia aos telespectadores para obter reacções de desagravo do PSD (Passos coelho já veio apressadamente desmentir) e o apoio por parte do público, que de outra forma nem ligaria à moção do actual PM. E é verdade que esta impressiona pela sua tonteria e credulidade de que irá fatalmente ganhar as eleições de 2015 e impor o seu candidato presidencial, para além da arrogância em fazer crer que bom, bom, é um presidente imóvel e meramente institucional. Se é para isso, mais vale fazer como na Alemanha ou em Itália e pôr o parlamente a votar num "venerando senador". Poupava-se dinheiro e seria menos um argumento a favor da república. Mas Marcelo sabe que as divisões no PSD, a impopularidade do governo e as duvidosas hipóteses de Durão e Santana jogam a seu favor. Até porque se o aparelho laranja o afastar explicitamente em favor de outro, pode sempre recorrer a um exemplo vitorioso e fresco na memória: Rui Moreira.

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