quarta-feira, março 13, 2013

Á Chave


As agências noticiosas esfregam as mãos de contentes: nos próximos dias, os directos e os comentários "à situação" estão garantidos. Com o início do Conclave que irá eleger o novo Sumo Pontífice, após a surpreendente renúncia de Bento XVI, fazem-se apostas, dissecam-se favoritos, traçam-se cenários, pedem-se "reformas". Regressa aquele vocabulário adormecido durante anos, como Conclave, Camerlengo, "sandálias do Pescador", fumo branco, etc. Qualquer perigo de vazios televisivos está afastado, e sempre dá para alternar com os resumos futebolísticos, com as manifs  ao som da "Grândola..." e com a inspecção da Troika.
 
Todo esse estendal pode divertir o público, mas não influencia os cardeais eleitores. Estes sofrem, como é óbvio, pressões, e terão as suas preferências. Alguns, em especial o sector "italiano", terão as suas intrigas e os seus motivos conspirativos. Mas uma vez dentro da Capela Sistina, sob a opus magnum de Miguel Ângelo, isolados do mundo profano, farão a sua escolha. Felizmente já não são alimentados a pão e água. Ainda assim, que a espera não seja demorada. E que o Papa, seja lá qual for a sua proveniência, da Europa, América do Sul, Ásia, África, guie a Igreja Católica na sua missão pastoral. É o que se lhe pede. Confiemos no Espírito Santo e no bom senso. Até lá, resta-nos imaginar o que se passará dentro das paredes da Capela, fechada à chave.
 

2 comentários:

Paulo Cunha Porto disse...

Meu Caro João Pedro,
para os Media é uma corrida de cavalos em que a maioria aposta, logo ideal para preencher horários nobres.
Quanto à Iluminação pelo Paráclito, li numa página teoricamente mais responsável que só actua sobre o Eleito garantindo que não defenderá princípios e posições contrários à Verdade da Fé, não na escolha propriamente dita. Nem sei se a heresia não paira...

Abraço

João Pedro disse...

Ignorava-o, Caro Paulo. Mas esperemos que assim continue com o Papa Francisco.

Abraço