quinta-feira, novembro 25, 2010

Goa, quinhentos anos


Só mesmo a leitura ao fim do dia das habituais efemérides do suplemento P2 do Público é que me puseram ao corrente do facto histórico do dia: não, não são os 35 anos do 25 de Novembro de 1975, graças ao qual não ficamos sob o domínio de militares de aspecto cubano e gente demasiado excitada. São antes os 500 anos da tomada de Goa por Afonso de Albuquerque. Meio milénio decorrente da entrada do governador português, que já conquistara Ormuz, no território ao qual o seu nome ficaria indelevelmente ligado e que se tornaria no centro político, religioso e comercial da Índia portuguesa. Ali começou verdadeiramente a "conquista, navegação e comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia". Dali partiram as expedições que conquistariam Malaca e chegariam às Molucas, e também dali São Francisco Xavier iniciou a sua peregrinação pela Ásia. Goa cristianizou-se, ganhou traços arquitectónicos portugueses e, graças aos planos de miscigenação entre os indianos e os portugueses levados a cabo por Albuquerque, nasceu um novo sub-povo: os goeses. Goa pertenceu a Portugal até 1961, quando as muito mais numerosas forças da União Indiana ocuparam o território. Foram 450 anos, desde esse 25 de Novembro de 1500. Uma nova era da história de Portugal e do Oriente começou aí.

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