terça-feira, fevereiro 10, 2009

10 de Fevereiro, comemoração do radicalismo?

10 de Fevereiro pode bem ficar como uma data funesta para o Médio Oriente. Há trinta anos, consumava-se a Revolução Iraniana. Contrariamente às revoluções clássicas, materialistas, a reacção ao regime autoritário do Xá Reza Phalavi, resguardado pela tenebrosa Savak e querendo modernizar à força o país, com gastos sumptuosos pelo meio (a comemoração dos 2500 anos do Império em Persépolis, por exemplo), foi conduzida pelo clero e deu origem a uma sociedade teocrática, uma república controlada pelos religiosos e submetida aos ditames do Islão Xiita, em que os vícios eram e são severamente reprimidos e as mulheres adquiriram um papel submisso. A situação ficou um pouco mais suave depois da morte de Khomeiny, e o que se debate hoje é a capacidade do país, liderado pelo rufia Ahmadinejad, produzir energia nuclear.


Agora, a 10 de Fevereiro de 2009, as sondagens indicam que o Likud de "Bibi" Netanyahu, amputado dos moderados que transitaram para o Kadima e mais radical do que nunca, é o partido favorito para vencer as legislativas de hoje. Segue-se o partido de Tzipi Livni, e em terceiro lugar os nacionalistas ashkenazis do Beiteinu, do ex-segurança Avigor Lieberman. O histórico Partido Trabalhista, fundador de Israel, queda-se no quarto. O pesadelo de um governo Likud-Lieberman é bem real e ameaça trazer ainda mais violência à região. Mas os israelitas sempre foram imprevisíveis nas eleições. Espera-se que esta data não continue a ser sinónimo de viragem para o radicalismo (em ambos os casos religioso) no próximo Oriente.

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