segunda-feira, agosto 01, 2005

Adeus?

A pior notícia possível para a imprensa portuguesa tornou-se realidade: O Comércio do Porto (o mais antigo periódico ibérico, nascido em 1854) e A Capital fecharam as portas.
Como repararam, não coloquei os respectivos links. Não vale a pena. É que as edições online já não estão disponíveis. Infelizmente, as contigências de um mercado que se desinteressa da diversidade jornalística e da longa história e tradição de autênticas instituições levam a resultados destes.
Não era leitor assíduo de nehum dos dois, mas lembro-me bem de ver o Comércio em cima da mesa metálica da sala do meu avô, um sólido e empedernido portuense (apesar de bastante conservador e pouco republicano), que não o dispensava por nada, e que, julgo eu, terá passado até por um dos seus orgãos de direcção. A Capital conhecia-o menos, talvez por se restringir mais à área de Lisboa, mas lembro-me de ler e reler um número especial sobre o festival de Vilar de Mouros de 1996, e de descobrir com emoção o relato dos concertos a que eu também tinha assistido (os meus primeiros).
Um texto do Barnabé já com uns meses largos tinha um carácter vagamente premonitório. Querem ver que daqui a pouco é o Primeiro de Janeiro? Ao menos, deixem-nos ficar com as ruas (para quem não sabe, há na cidade do Porto ruas com o nome dos três jornais: a do Comércio fica atrás da Bolsa, a do Primeiro é onde está o Bessa, e a do JN, ao contrário do que muitos pensam, fica em Aldoar).
Esperemos é que estas abruptas interrupções sejam apenas um intervalo e que as duas publicações voltem às impressoras.

PS: amanhã parto para férias, para um destino ainda nebuloso antes dos costumeiros dias de praia numa conhecida localidade do Alto Minho. Tentarei escrever dentro do possível, mas sempre com irregularidade. Boas férias, a quem as gozar agora.

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