sábado, abril 02, 2005

O admirável mundo da vida aquática



The life aquatic with Steve Zissou (desculpem lá mas recuso-me a nomeá-lo pelo título que lhe deram em Portugal) é para mim, apesar de estarmos ainda na Primavera, um ou O filme do ano. Não, não me vou demorar sobre a "temática da paternidade", a que todos os críticos aludiram, às semelhanças e diferenças com os anteriores trabalhos do realizador Wes Anderson - do qual aliás só conheço The Royal Tenembauns (que sim, tem óbvias parecenças, sendo a maior delas é a de haver um grupo heterogêneo à volta de uma figura tutelar, porém deprimida). Bastava que no filme fossem colocados elementos fantásticos, deliciosos, únicos, como os que revela: explorações oceanográficas, ataques de piratas filipinos (com motivos nipónicos), viagens de hidroavião, balão e mini-submarino, festivais de cinema italianos, festas de smoking, champagne e vestido comprido à mistura com barretes vermelhos de grumete, medalhas portuguesas, tripulações multinacionais (alemães, sikhs, brasileiros), tubarões-jaguar, e sobretudo Bill Murray, Cate Blanchett (a incontornável Musa) e ainda Willem Dafoe, Angelica Houston, Owen Wilson e Jeff Goldblum (um bom regresso depois de anos de desaparecimento). Tudo ao som de David Bowie, traduzidas para português do Brasil por Seu Jorge. burlesco, comovente e magnífico, ao mesmo tempo. Apanhem-no se ainda puderem.

PS: o post poderá ser inoportuno no momento em que todos os católicos acompanham o sofrimento do Santo Padre. Mas o mundo não cessa de rodar, e também precisamos de uns momentos de distração e fantasia.

2 comentários:

A. Narciso disse...

Sem dúvida que precisamos de descontrair. Como disses, o mundo nao para. Agora que regressei, este será o meu filme do proximo fds.
Forte Abraço

João Pedro disse...

Julgava que esse desastre tinha ocorrido em latitudes mais frias. De qualquer forma, tenho uma vaga ideia de ter ouvido falar disso em mais um dos muitos programas do comandante. Até acho que o filho se chamava Michel. É provável que tenha havido alguma influência dessa tragédia no próprio filme.

Alexandre, depacha-te que , se não me engano, não há muitas mais salas onde o filme esteja a ser exibido.